sábado, 7 de agosto de 2010

A caçada pela liberdade

Caminho lentamente em meio às sombras da noite, a lua esta no ponto mais alto do céu com um brilho intenso; as luzes da cidade eram engolidas pela penumbra.

Devem se perguntar o que eu estaria fazendo num cenário tão tenebroso como esse? Para mim era mais uma noite comum, mais uma noite caçando a criatura que acabou com o resto de minha paz; maldita fera de asas negras que pairava sobre a noite em busca de sua próxima vitima. Vou lhes contar esta história e assim entenderão o porquê de tanto ódio em meu coração que nesse ponto tinha se transformado em gelo, sem amor, sem alma e sem compaixão...

Era uma noite fria de um inverno rigoroso estava a caminho de casa com minha esposa e meus filhos; o relógio do painel de me carro mostrava que estávamos nos aproximando de três da manhã, uma névoa tomava conta da estrada. Ao longe em meio às sombras que se juntavam com a névoa e a fraca luminosidade de meu carro pude ver uma criatura que nunca sonhara que existisse. Asas negras olhos vermelhos corpo de homem apenas vestido com um jeans, percebi eu não era uma criatura mais sim um dos anjos enviados pelo demônio.

Este anjo se aproximava lentamente do carro o frio ia se tornando mais intenso, os vidros das janelas estavam congelados, ele parou ao lado de minha porta arrancou ela fora como se estivesse destruindo um brinquedo agarrou meu pescoço com uma das mãos e me ergueu acima de sua cabeça e disse “Quero que veja!!” eu olhei para o carro onde estava minha família um circulo de fogo ia se formando em volta dele, o anjo gargalhava e se divertia com minha família morrendo queimada, eu estava desesperado mais meu corpo se recusava a obedecer como se estivesse em um tipo de transe ouvia os gritos da minha esposa e filhos; via seus corpos em chamas derretendo, quando tudo se consumou ele me colocou no chão quase sem consciência antes de sumir em meio às sombras soprou em meu ouvido suavemente “nunca se esqueça que quando frente a frente com o mal ninguém pode salva-lo.” Após essas palavras alçou vôo e desapareceu.

Naquela noite eu havia perdido não só minha família mais toda a compaixão que existia em meu coração. Desde aquela noite jurei caçá-lo nem que isso levasse a eternidade. Esta promessa eu fiz aos pés de uma cruz ali se consumou meu destino, uma luz intensa tomou conta do lugar alguém colocou as mãos sobre mim e disse “Não temas apenas confie, eis que te renovo as forças. Tens a minha proteção e sempre que se sentires só lembre-se de que eu te amo e o mal não te atingira.” Minha mente estava tomada pelo ódio um grito saiu do meu coração eu gritei em alta voz “Se dizes que me ama por que deixou que aquele demônio matasse minha família?” nessa hora meus olhos se encheram de lágrimas uma voz suave disse-me “Isto foi permitido para que viesses a mim, sua família esta em um lugar melhor ao meu lado. Eis que a cada dia que passa seus filhos crescem em estatura e graça. Logo estarás com eles mais antes deve destruir o demônio que os matou. Hoje lhe dou plenos poderes saberás como usá-los com o tempo. O demônio pode ver suas fraquezas e usá-las contra você.” Neste momento eu disse “eu não tenho fraquezas as únicas pessoas por quem eu vivia estão mortas. Agora me diga o que devo temer?”

Depois de um momento de silencio tive a minha resposta “Deve temer a vos mesmo, pois mesmo sendo um de meus protegidos continua sendo um homem comum que tem anseios e desejos. Vá e cumpra a sua missão e só assim poderás morrer em paz...” A forte luz desapareceu a única coisa que me sobrou foi uma espada a qual levo em minhas costas. Em sua lamina a inscrição “que o inverno caia com o poder de suas mãos” em meu peito estava gravado com em fogo uma cruz, tenho essa marca com um elo que me prende a minha missão.

Desde este dia tenho buscado nos cantos mais obscuros do mundo este demônio o qual acabou com minha vida.

Nos dias de hoje possuo mais de cem anos mais meu corpo é o de um jovem, vivo vagando pelo mundo já me encontrei varias vezes com criaturas dos mais diferentes tipos, caminho geralmente à noite, descanso todo o dia para continuar a caça incansavelmente noite após noite. Sinto que cada vez estou mais perto de cumprir meu objetivo e sei que ao matá-lo serei levado com ele.

Encontro-me nos arredores de Bucareste onde estranhos fatos envolvendo uma criatura de asas negras vêm ocorrendo, é noite do dia 26 de julho de 2010 esta muito fria por aqui mais que o comum das outras noites, caminho em meio a uma densa floresta, sinto que sou observado. Avisto ao longe as asas negras e uma grande espada em suas mãos, continuei o meu caminho até onde ele estava seus olhos brilhavam como brasas ardem no fogo. Sua voz rompeu o silencio “Faz um bom tempo que não nos encontramos, lembre da última vez e de como sua família gritava e queimava.” Eu sucumbi a meu ódio arranquei a espada das costas e corri para atacá-lo, mas ao dar o primeiro golpe percebi que atacara o vazio acima de mim ele pairava com um riso de deboche no rosto “Pobre homem perdeu o coração e não tem nem mais forças para lutar? Seu fim esta neste chão seu corpo se consumira nas chamas como a sua família.”

Em estantes um circulo de fogo se formou ao meu redor, Fiquei quieto e comecei a rir sem entender o demônio perguntou-me “Por que você ri se esta a beira da morte?” continuei a sorrir tirei minha camisa e disse “Porque eu não temo apenas confio e ao tirar-lhe a vida poderei enfim descansar.” Neste momento ele desceu e parou a minha frente olhou a cruz gravada a fogo em meu peito e olhando para o alto gritou “Mandas este simples mortal para matar-me?” voltando os olhos para mim, enfurecido continuou “Eis que neste chão seu sangue cairás e sua alma será destruída!” o demônio veio ao meu encontro com uma fúria animalesca eu estava com a espada em punho; foi um encontro violento arrancai-lhe uma das asas q se virou cinzas mais não havia me dado conta de que fui ferido diretamente no coração. O tempo parou de repente um senhor surgiu de uma grande luz eu estava agonizando vendo meu sangue jorrar. O senhor colocou a mãos em meu peito e disse-me “Eu disse não temas apenas confie eu estarei contigo, eu te dou minha força e minha proteção” ao terminar estas palavras meu corpo havia sido revestido por uma armadura branca que irradiava uma luz muito forte as minhas costas grandes asas se sobressaiam.

O demônio a minha frente ria como se tudo não passasse de uma piada; ele olhou para mim e exclamou “Enfim o humano revelou-se? Estamos iguais agora anjo contra demônio prepare-se para morrer!!”

A batalha se desenrolava nossa força era semelhante com um ultimo golpe cravei minha espada em seu peito e com a voz já enfraquecida disse “Isto é pela minha família!” com o ultimo esforço o demônio antes de morrer ergueu sua espada e com um forte golpe a cravou em minhas costas e engasgando com seu próprio sangue disse “Estas... livre para... juntar-se a eles. Aqui neste chão cumpriu-se a profecias... o simples mortal engana o inferno...” Foi o fim o demônio se tornou cinzas eu estava sangrando mais estava em paz enfim podia reencontrar minha família. Uma voz rompeu as sombras e silenciou meu coração “Tudo esta feito enfim....”

Foi a ultima coisa a qual ouvi quando acordei estava em um lugar novo, um lugar dado aos guerreiros minha família estava junto a mim fui recebido como herói.

Esta história nos mostra que não podemos temer apenas confiar, pois mesmo que o tempo passe tudo acaba bem no final.

domingo, 11 de julho de 2010

Agonia, Sofrimento e Existência.

O chão estava frio, já não mais sentia meu corpo, vi cada parte de mim definhar em meio a lagrimas, minha voz não saia, minha alma já se esvaia, o que me restou é dar em minha amada um beijo frio.
Ouvia os batimentos de meu coração cada vez mais fracos, minha vista foi escurecendo, em minha cabeça se passava muitas coisas minha vida como um filme e principalmente a ação que provoquei para estar em tão agonizante situação, há se não tivesse tentado aquela ceninha de herói, reagir a um assalto, mas enfim não adianta lamentar-se pelo leite derramado, nem senti quando fui atingido um tiro no peito, minha agonia aumenta a cada segundo que passa.
Adeus minha amada lembre-se dos momentos cujo passamos juntos, a Amélia me diga por que se lamenta tanto por quê? Amélia sussurra em meu ouvido:
___ Meu Amor, você não pode morrer, pois espero um filho seu...
A Amélia por que não me disse antes, mas agradeço-lhe por haver de me contado, minh’alma vai-se feliz, cuide muito bem de nosso filho.
Amélia diz:
___ Se for menino terá seu nome Adalberto Junior...
Os meus olhos se enchem de água, vejo uma luz, vou para e finalmente, todo meu corpo para, não sei como posso observar a chegada dos para médicos, começam a fazer o procedimento de reanimação, mas para mim estava tudo acabado, até que ouço uma voz que acalmou meu coração e diz:
___ Meu filho ainda não é a sua hora, volte.
Senti-me caindo e disse para aquela voz como poderia voltar se estava morto e ela disse a seguinte frase:
___ Para Deus nada é impossível.
Voltei senti-me estranho porem sereno, vi minha amada sorri e chorei, me sedarão e dormi, acordei meses depois.
Tinha minha vida de volta. Hoje seis anos depois conto essa historia a meu filho e a quem eu quiser contar. Deus existe acreditem.


Por: Leonardo Oliveira...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Dialogo entre abolicionistas e um negro forro.
Meus caros amigos inicia-se aqui nossa reunião, temos a honra de ter em nossa presença um negro forro ele nos contará sobre o que esta sentindo após haver recebido sua carta de alforria, passo agora a palavra ao nosso ilustre convidado:
__ Olá, meu nome é Antonio, não tenho muito a dizer as únicas palavras que tenho são “neste momento deveria de estar feliz, mas não estou”. Então Joseph um abolicionista perguntou o porquê desse descontentamento. Antonio respondeu com palavras firmes e fortes porem que feriram os abolicionistas.
__ Meus amigos, minha felicidade não reside aqui, pois me lembro de meus irmãos de senzala, que estão sofrendo, sendo açoitados, presos no tronco, passando os dias somente a pão e água pelo simples motivo de que seus sinhozinhos estão entediados, também me recordo daqueles irmãos de cor que em troca de sua liberdade, deram sua dignidade se tornando lacaios dos sinhozinhos, capatazes que ferem aos irmãos da raça.
Joseph diz:
__ A todo a momento você diz meus irmãos de cor, raça e de senzala, por quê?
__ Ao contrario de vocês que lutam entre si, se ferindo e matando por simples conflitos de terra, nos os homens de cor somos unidos, somos irmãos propriamente ditos, mesmo não tendo o mesmo sangue, nem sendo da mesma tribo, nós ao contrario de vocês somos iguais em nossas diferenças aceitamos que somos todos diferentes, mas somos unidos porque queremos um único objetivo que é de sermos livres, o homem branco é incapaz de ter essas qualidades, porque quanto mais tem mais quer ter, no coração do homem branco não a lugar para compreensão, nem humanismo ele não enxerga um palmo à frente de sua mão, pois cego ficou por grande sua ambição.
Um grande silêncio tomou conta da sala onde estava nenhum riso, nenhum murmurar apenas expressões de admiração, por tamanha retratação daquele negro forro, simples ao falar e complexo ao se expressar.
Joseph completou.
__ Quando o convidei digo que minha intenção não era essa, confesso pensei que seria hilário ouvi-lo falar, mas o que ganhei foi um balde de água fria, realmente entre nós falta a máxima irmandade, peço perdão a vocês e principalmente peço perdão a você Antonio ilustre Irmão. Antonio não entendeu o irmão então perguntou o porquê de tão ilustre titulo.
Joseph disse:
__ Podemos não ser irmãos de cor, nem de senzala nem irmãos de raça, mas sim irmãos de espírito e poesia, liberdade e compaixão ao contrario de que muitos pensam nos brancos e negros somos iguais em tudo.
Antonio e Joseph se abraçam, Antonio se despede e se vai pela porta para nunca mais ser visto, ele saiu da li e construiu uma família onde foi feliz, e nunca mais preso, com a promessa de que seus filhos nunca passariam pela mesma trajetória de vida.
Por: Leonardo Oliveira...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Deusa das águas

Comandei grandes frotas de navios, fui um capitão condecorado isso antes de me entregar a Deusa das águas....

Era uma noite fria, o mar se misturava com a névoa que pairava, era como se as nuvens buscassem se tornar parte da escuridão das águas do pacifico. Embora o frio fosse intenso o céu tinha o brilho das estrelas e a lua era cheia, busquei olhar mais longe quando um canto tão belo rompeu o silencio da maresia.

Em meio à névoa vi uma figura que chamou minha atenção, uma mulher de cabelos negros, olho prateado, seu corpo era belo mais pude ver só parte dele.

Lancei ao mar um dos botes do navio remei até o rochedo onde ela estava chegando mais perto seus olhos encontraram os meus, era como se ela pudesse ver meu coração, senti um calafrio passar por todo meu corpo.

Ela cessou o canto olhando diretamente em meus olhos disse-me “Então enfim encontrei você, há anos que tenho esperado sua presença.” estava estático não sabia o que dizer, ela continuou “Eu tenho a missão de cuidar dessas águas; há anos que te observo de longe sem que você possa me ver.”

Eu tinha em minha mente momentos em que parecia estar sendo observado e quando olhava para o mar via apenas uma cauda do que parecia ser um grande peixe.

Desviei o olhar de seu rosto pude notar q não se tratava de um peixe mais sim de uma sereia; uma calma tomou conta de mim ela voltara a cantar para tirar minha atenção de sua cauda, eu estava hipnotizado pelo seu canto e sua beleza com um toque suave pegou minhas mãos e com um longo beijo me deixou ali parado como um bobo apaixonado.

Fui despertado do transe por um dos meus marujos que gritava do navio, remei de volta estava cansado, minha cabeça doía muito.

O dia amanhecia lentamente os primeiros raios da aurora já podiam ser vistos no horizonte azul, o mar era belo cheio de mistérios, decidi guarda comigo os acontecimentos daquela noite, o canto dela não deixava minha mente, sua imagem inundava meus pensamentos, queria que a noite chegasse logo para num súbito momento de loucura pular ao mar de encontro a ela.

Mais um dia estava chegando ao fim o sol estava se pondo, eu estava ansioso pelas sombras da noite a cada hora que passava era com se sentisse sua presença cada vez mais perto. Olhei a minha volta estava mais uma vez só no convés do navio, em minhas mãos uma garrafa de rum, o céu estava com um luar belo como o da noite anterior.

Estava desesperado olhando para o mar esperando que ela mais uma vez voltasse, sentia-me observado de longe, meu silencio foi quebrado, mas não pelo belo canto da sereia que eu tanto esperava encontrar, eram alguns marujos que me observavam pude ouvir sussurros vindos da sala de navegação “O que nosso capitão faz todas as noites olhando para o mar? É como se esperasse algo ou alguém.” Me aproximei lentamente da sala e com um grito eles me ouviram “O que fazem a me observar? Estou aqui zelando por nossas almas para não sermos engolidos por uma tempestade ou surpresa em meio às sombras da noite...” minha voz foi perdendo a força e continuei “minha alma e o meu coração pertencem ao mar e é por isso que conquistei tantos povos e venci tantas batalhas, foi tudo pela proteção dos deuses.”

Eles se dispersaram foram todos dormir e eu continuei ali, adormeci no convés do navio mais uma vez escutei o canto na imensidão azul, era ela a Deusa das águas. Dessa vez sem pensar me atirei ao mar com se pudesse com seus perigos, senti o frio das águas em meu corpo tentei nadar mais não tinha forças, estava sendo engolido pelas águas azuis e calmas.

De súbito senti um toque suave abri meus olhos debaixo d’água La estava ela a minha frente, senti então o calor deixando meu corpo agora só me restava esperar pelo fim. Sua voz rompeu o silencio “você não pode morrer...”, mas parecia tarde demais “venha comigo, não me abandone...” perdi a consciência.

Uma luz iluminava meu rosto eu estava em algum lugar, não sabia onde era mais fui despertado pela voz doce da sereia “Que bom, te ver acordando. Tive medo de te perder!” as lagrimas tomaram conta de seus olhos.

Com muito esforço me aproximei dela estava fraco com dores por todo o corpo era como se estivesse sendo destruído aos poucos por dentro, ela estava linda seus cabelos negros brilhavam a luz do sol.

Uma grande luz tomou conta do ambiente onde estávamos antes de perder a visão percebi que ela estava como se flutuando no ar, sua cauda havia se tornado pernas humanas, ao recobrar a visão pude vê-la sem consciência na areia a minha frente. Arrastei-me até ela, ao sentir meu toque em sua pele ela abriu seus olhos e uma voz rompeu o silencio daquele momento mágico “As sua lagrima tocaram as águas puras do mar, eis que pude ver todo seu amor por este mortal. Seu coração pedia para ficar junto a ele, agora pode viver ao lado deste humano, mas, sua imortalidade volta para o fundo das águas negras.”

Desde aquele dia nunca mais entrei em um navio, deixei minha fama para trás, agora meu nome se tornou apenas uma lenda de um capitão que se apaixonou pela Deusa das águas e se entregou ao mar. Hoje vivemos felizes mais ainda assim percebo que ela sente falta da sua vida nas águas escuras, e eu sinto falta de meu tempo como capitão.

Tornamo-nos mais dois desconhecidos aos quais os nomes não merecem ser lembrados nas histórias dos mistérios dos sete mares.

domingo, 27 de junho de 2010

Este texto é especial pois foi o primeiro que escrevi em conjunto com uma grande amiga da escola

Obrigado Bruna



Minhas noites são vazias depois que ela desfaleceu em meus braços, deixando somente dor e medo.

A noite começou perfeita com a sereia dos meus sonhos, ela com vestido vermelho e ambos com taças de vinho tinto na mão. Sentia algo estranho nela, algo que nunca havia notado. Mas ela parecia bem ansiosa.

E então caminhamos pela praia, ela me beijou e começou a me contar o porquê de sua ansiedade. Com as mesmas palavras dela repetirei:

“Eu desde que te vi, te amei, mas você sequer me deu atenção, e eu... e eu no desespero recorri a algo que jamais deveria sequer ter pensado”.

E então se absteve das palavras por um minuto e continuo:

“Entenda, que foi por amor, eu não consegui me controlar! No mês passado um homem vestido de preto bateu na minha porta dizendo que ele tinha tudo o que eu queria e o que bastava era assinar!”

Então seu medo se transformou em choro.

“E sem pensar nas conseqüências assinei, tinha negociado minha alma.”

Eu congelei.

“Ganhei você e mais sete dias, e hoje a meia-noite o sétimo dia termina”.

Olhei em meu celular era 23h58min, então eu sabia que era verdade, e dei o ultimo beijo apaixonado, até que em um sopro seus lábios perderam a cor e ganharam frieza.

E nesse momento só espero que o veneno cumpra o meu destino.

Quando a vi ali naquele ultimo momento fria em meus braços; as lagrimas escorriam pelo meu rosto, mas em meu coração sabia que não podia fazer mais nada a não ser procurar um jeito de me encontrar com ela. Gritei clamando que aquele ceifeiro que me causará tanta dor a meu coração viesse a mim e me desse o ultimo golpe e levasse consigo o que me restava de forças, pois minha alma já não me importava. Quem eu amava morrera em meus braços em um beijo gélido, mas a minha voz não foi ouvida fui castigado a viver com a lembrança daquela mulher que tanto amava e dera sua vida para ficar ao meu lado.

Hoje eu ainda busco o ceifeiro que a levou de mim e quando encontrá-lo, pedirei para mais uma vez, pela eternidade eu possa estar com ela à sereia que morrerá em meus braços...

Nunca mais me esqueci daquele dia as noites se tornaram vazias só me restou à lembrança do seu sorriso e nosso ultimo beijo. Agora sigo um caminho que parece não ter fim, busco um jeito de te trazer de volta mesmo que para isso precise entregar minha alma para mais uma vez estar com você.

A morte não é o fim mais um recomeço e eu espero estar junto a ti para q tudo possa ser diferente.

Por isso nessa taça de vinho tinto entrego a minha alma para estar ao seu lado relembrado à noite em que a perdi.

Após o veneno descer pela minha garganta não senti mais nada apenas vi tudo escurecer... Despertei em seus braços sabia que nada mais importava estávamos juntos mais uma vez enfim meu destino se cumpre.

A ultima noite de um homem
Meu dia fora muito difícil, queria apenas deitar e descansar eram quase três horas da manhã. Estava a ponto de adormecer quando uma coisa me chamou a atenção, em um dos cantos de meu enorme quarto, vi uma figura um tanto quanto distinta.
Um ser que não mostrava sua face, em suas mãos havia uma foice, dignar de dissipar uma plantação em um só golpe.
A criatura percebeu que eu estava a observá-la com frieza, ele deu um riso desprezível. Ao aproximar-se de mim, abriu suas asas as quais não havia notado ao vê-lo,eram belas e negras como uma noite sem o brilho das estrelas.
Com voz imponente aquele ser maligno disse-me: “Seu tempo esta acabando... quando o sol nascer tanto eu como você não estaremos mais aqui! Por que rompeu com o pacto? O preço do que fez é cobrado apenas uma vez sem piedade;” Já estava estático sabia o que seria de mim, não tinha como fugir, ao ver que estava a ponto de ser morto, por uma lâmina arrancando minha cabeça. O ser acrescentou “Tiveres sorte amar alguém, foi por amor q fez o pacto sem volta...” neste momento o interrompi levantei da cama e disse “Não posso ir em paz sem antes fazer algo...” Peguei papel e caneta, trouxe a tona todos meus sentimentos por ela; a pessoa por quem fiz este pacto.
Antes que minha sentença fosse feita fiz um pedido a criatura, pedi a ela que colocasse a carta junto ao meu corpo a criatura erguendo a lamina da foice disse em voz alta “Que assim seja...” e depois de um momento de dor não senti nada mais. Não estava mais em casa mais sim as portas do inferno.
Tudo o que me resta é aceitar meu destino...

A estrada do inferno

A lua estava no ponto mais alto do céu o relógio da torre avisa que mais um dia chegava, era meia noite, estava à frente de uma grande catedral negra. Não sabia o que me reservava às trevas da noite.

Montei em minha moto estava exausto e a luz do luar iluminava as ruas aquela noite, estava em êxtase, pensava em minha namorada, pois estava há muitos quilômetros dela.

A saudade doía em meu peito, sentia o vento em meus cabelos e a lua me dando forças para chegar até ela. Procurei ter cuidado, pois aquela estrada tinha muitos mistérios, mas eu não tinha medo estava decido de que pela manhã a encontraria e mataria minhas saudades.

A estrada era como uma trilha de asfalto em meio a uma floresta, era tudo tão místico. De repente vejo sombras; As quais pareciam pertencer a uma matilha de lobos, acelerei minha moto, os lobos estavam quase me alcançando, os animais eram grandes diferentes dos lobos comuns; Eles andavam sobre apenas duas patas, aquilo me assustava estava fugindo de um grupo de lobisomens.

Ouço em meio aos uivos dos lobisomens, que outra moto se aproximava na direção contraria, era um homem aparentava ser um caçador. Chegou atirando, pelo efeito das balas ao atingirem as criaturas conclui que eram de prata. Ele jogou pra mim outra arma já carregada e disse “Vamos rapaz comece a atirar as balas são de prata, acerte o coração para matá-los ou vamos morrer aqui.”

Comecei a atirar os lobisomens se dispersavam em meio às trevas da floresta fugindo das balas, ao ver que não existia mais perigo algum o homem me olhou e ofegante disse-me “Rapaz não sabia que usar essa estrada à uma hora dessas é o mesmo que assinar a certidão de óbito? Meu nome é Jack venho caçando esses monstros há anos desde que essas criaturas mataram minha família. Agora vamos antes que eles voltem.”

Montamos nas motos ele foi à frente, paramos em um casarão depois da floresta.

Ao chegarmos Jack pediu que eu entrasse, o casarão era magnífico e um tanto quanto antigo.

Jack parecia estar cansado, mas tinha forças o suficiente para me servir uma grande dose de licor de uma fruta da região ao me dar o copo disse “tome isso vai te acalmar”, o licor me ajudou a esquecer um pouco do episodio da floresta.

Levantei-me e formalmente pedi desculpas e me apresentei a ele, feitas as apresentações pedi para que me explicasse o porquê do ataque.

Ele com um olhar preocupado começou a falar “Não estas aqui por um simples acaso... quer que essa noite passe logo e de preferência não quer amanhecer neste lugar. Estou certo?”

Eu que naquele momento estava preocupado se chegaria a tempo de encontrar minha amada ou se seria ali naquela estrada dos infernos o meu descanso eterno.

Como se pudesse ler meus pensamentos Jack olhou-me e continuou “Esta estrada esconde muitos mistérios continue sua viagem, e me prometa que não vai desistir de lutar pelo seu amor.... e cuidado com a menina de branco....” Ao terminar de falar Jack foi sumindo como magia estaria eu diante de um anjo ou um guardião da estrada do inferno? Não sei explicar o que aconteceu naquele casarão, mas continuei minha viagem.

A lua estava com um brilho mais forte que o normal e a paisagem ao longo da estrada eram sombras que bailavam ao brilho do luar.

Não dei atenção aquelas imagem pensei serem apenas um vislumbre da minha mente, perto de um mirante a margem de um acostamento vi uma linda garota toda de branco imaginei ser a menina que Jack me falara mais cedo.

Continuei meu caminho sem parar ao vê-la, mas ao fazer isso senti que alguém abraçava minha cintura, um calafrio gelou todo meu corpo. Ao meu ouvido ouvia sua respiração lenta e calma.

Parei a minha moto, não tinha medo do que poderia acontecer. Ela era linda tinha os olhos verdes cabelos loiros e um corpo escultural.

Ela começa a despir-se e vem até mim tentando me seduzir eu empurrei-a para longe e disse “Volta para o lugar de onde vens! Eu já tenho a quem amar! E meu fim não será aqui na estrada do inferno, ainda esta manhã estarei ao lado da minha amada e não será você nem outro desses monstros que não encontraram luz que vai me impedir de chegar a ela!” neste momento minhas roupas estavam brilhantes o espírito da garota desapareceu em um vento gélido.

Montei em minha moto, decidido que nada poderia me impedir de chegar até o fim daquele pesadelo na estrada do inferno. Tinha em meu coração a certeza que ainda pela manhã estaria com a mulher por quem enfrentava todos os perigos da estrada.

Enfim avisto um túnel parecia ser o fim da estrada, não sei entrando ao túnel os faróis da minha moto apagaram e a entrada havia sumido estava sozinho no escuro. Uma voz rompeu o silencio da escuridão e com aplausos frios dizia “Brevíssimo vejo que consegui passar pelos perigos da estrada.” Uma luz estava sobre o personagem que falava era um anjo de asas negras, tinha os olhos cor de prata e suas vestes eram como as de um príncipe.

“Oh perdoe-me meu nome é Azrael, sou o guardião dessa estrada muitos aqui morreram, muitos tentaram sair, mais nenhum conseguiu... e não será diferente com você” Depois de tais palavras soltou uma gargalhada que ecoou pelo lugar.

Eu com um riso de desprezo no rosto disse “Não será você que ira me impedir de sair desta maldita estrada, tenho de encontrar minha amada, e é isso que farei mesmo que seja matando um guardião.” Neste momento ele estava com as mãos em meu pescoço, estava tentando me matar e disse “Você será mais uma alma para esta estrada e quero ver quem poderá me impedir de te matar!”

Uma luz muito forte invadiu o lugar Azrael largava meu pescoço e me jogava no chão, uma pessoa estava a minha frente, mas me sentia mais vivo do que nunca uma paz tomara conta de meu ser ouvi longe eles discutindo não conseguia enxergar minha visão estava turva pela falta de oxigenação de meu cérebro.

Azrael disse com ódio “Por que luta por este misero mortal Jesus?” estava assustado, a pessoa que estava ali a lutar por mim era Jesus, mas porque disso justo por mim, um homem que não acreditava que Deus existisse realmente.

Jesus então disse “Vim até aqui porque vi o que meu filho passava e depois de tudo, sinto-me mal por vê-lo morrer. Não será você que poderá impedi-lo de atravessar!”

Azrael ria como se tudo aquilo fosse uma palhaçada, foi quando seus risos se tornaram gritos de desespero e uma luz forte e vermelha fez-me fechar os olhos.

Uma voz doce me despertou “Amor tudo bem? Porque acordou à uma hora dessas ainda é madrugada?” Eu estava em casa, na minha cama ao lado de minha; isso me tranqüilizava mais será que tudo foi um sonho? Não sei explicar estava todo suado e com falta de ar.

Não conseguia falar apenas dei um longo beijo na minha amada e a abracei. Ela sem entender o que estava acontecendo retribuiu o gesto de carinho.

Levantei-me e fui lavar meu rosto tomei um copo d’água, resolvi descer até a garagem e lá estava minha moto com marcas de unhas e toda arranhada pude perceber então que não era um sonho.

Voltei ao quarto. Ao entrar deitei-me abraçando minha mulher com toda ternura do mundo; Ela disse bem baixinho enquanto me confortava em seu braços “Tudo esta bem agora... Eu estou aqui e não vou te deixar! Venha durma e descanse nada mais pode te atormentar e tudo não passou de um sonho ruim...”

Na manhã seguinte voltei à garagem minha moto estava La em frangalhos seja lá sonho ou realidade tinha como provar o que acontecera enroscado no tanque de gasolina tinha um pedaço de papel era um bilhete. Dizia assim:

“Eu disse que se não desistisse de seus objetivos conseguiria passar da estrada, eu te observei por todo o caminho e estive com você nas provas tanto com os lobisomens, como também no momento que ao espírito de branco tentou te seduzir.

“Tive o trabalho de limpar sua moto e dar um brilho novo nela...” Fiz uma pausa La estava minha moto não mais em frangalhos mais com um brilho espetacular como num passe de mágica estava de volta ao normal. Continuei a ler o bilhete “sinto por não ter chegado antes do guardião te atacar.PS. Nunca desista de seus sonhos! Um grande abraço de seu amigo Jesus (Jack)”

Não tinha sido um sonho, mas como eu acordara em casa ao lado dela? Por que do bilhete na minha moto? E como ela estava como nova?

Essas são perguntas que eu nuca conseguirei responder.